A rua se aperta à esquerda e se
abre pela direita. Por onde seguir? Habituados ao conforto das casas, do
casamento, da propriedade, da razão, do hábito e do grupo que nos aceita é
difícil saber para que lado pisar. A proteção do muro e a distância do perigo
ou a possibilidade de correr o risco e vivenciar novas coisas?
“Na verdade, vossa paixão pelo
conforto assassina as paixões mais nobres de vossas almas e, depois,
zombeteira, acompanha seu enterro” nos diz Khalil Gibran no seu fabuloso O Profeta. É comum acalmar-se depois de
correr pela vida e encontrar paradeiro, uma caverna para se esconder e uma
companhia para contar os dias, tão comum que a maioria esmagadora de nós se põe
ali e vai gostando, gostando, e acaba ficando para sempre.
Jamais condenaria a calmaria, o
silêncio e a paz, mas a vida não é toda assim. Quantas vezes você ou eu nos
pegamos pensando ‘puxa vida, todas as
vezes em que tudo parece estar bem e calmo, vem a vida e me derruba ou acaba
com o que eu construí”? Não é a vida, propriamente, mas nós que buscamos
aquilo que damos o nome de ‘problema’ para continuar aprendendo e crescendo.
Que seria de uma vida parada, sem coisas para fazer, sem atitudes a tomar?
Seria tão somente um esperar a morte.
Escolher estar do lado de fora,
correndo os riscos e me pondo a mercê do incerto me põe também à deriva de mim
mesmo, daquilo que desconheço de mim. É preciso me colocar diante das coisas da
vida para testar-me, a fim de confirmar ou refutar verdades que creio.
Estou esperando... Por qualquer coisa. Do lado de dentro. Do lado de fora.
ResponderExcluirGostei do que escreveste. Só tem um porém: o eu-lírico.
A vida é uma escolha.
ResponderExcluirA vida não é parada, sabe? Ela tá em constante mudança, cabe a nós escolher essas mudanças para nossa vida.
ResponderExcluirhttp://eppifania.blogspot.com/