terça-feira, 11 de outubro de 2011

Quem levará o meu sangue?


Eles se matariam por uma gota de sangue meu.
No entanto, meus guardas me levaram para o esconderijo depois das terras do fim do mundo. Foram dois dias embrenhados na floresta úmida e fechada da Costa até o campo dos trigos que nunca se cansam.
Do fundo da cabana, terra adentro, se abria a caverna. Nunca nos encontrariam ali porque aquele caminho não existia à vista humana.
Dois anos nós vivemos isolados enquanto eu aprendia esgrima, aramaico e o poder das plantas.
Saímos num dia de Sol de primavera com uma luz leve e cheirosa. Voltamos ao caminho em dois dias e eu não levava nenhum arranhão no corpo. Talvez nos olhos, ou na alma.

3 comentários:

  1. Excelente...dá para continuar e fazer um livro....adorei!!

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  2. Arranhões na alma nunca cicatrizam.

    Concordo com o guri ai de cima, continue!

    Um beijo.

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