terça-feira, 13 de setembro de 2011

Encontrar a escrita

Encontrar.

Que mágico pode ser, e racional é que não pode, encontrar ou receber uma luz que vai chegar numa rua suja! E depois numa porta, trancada, mas ele insiste e encontra uma escada que o leva, aos balanços, ao palco de um espaço abandonado.
E lá, um mesa suja sobre a madeira do chão gasto ampara um livro de papel escurecido, riscado com tinta preta e borrado de bebida.
As páginas velhas carregam uma ou duas informações, que nos olhos e no coração viram uma lagarta.
E movendo-se, a lagarta vai roendo o corpo por dentro, sangrando pelas orelhas e roendo os olhos, até que alimentada pelo sangue a borboleta se alonga e ensaia o primeiro voo, escapando pelo alto da cabeça. Enquanto as mãos dele dançam uma valsa ao som da brisa que sopra do mar à distância milenar.

Escrever.

4 comentários:

  1. olá! conhecendo o teu espaço e gostando.Gosto dessas viagens surreal;metaforas oníricas.somos,vezes esta borboleta,nossa beleza pode esconder as feiúras que nos esforçamos por vencer(lagarta).Kafka expressava isto do belo e do horrendo na vida,na sociedade,na alma.

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  2. A arte proporciona conotações possíveis como a beleza dessa poesia em prosa em que retrataste sua paixão pelas letras! Como também tenho paixão semelhante, seu texto foi bem visto por meus olhos e tocante ao coração. Continue sempre expressando a beleza, seja escrevendo, dançando ou vivendo!
    Abraço.

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  3. Olá,

    Acabei de criar um blog dedicado a escritores brasileiros e estrangeiros. Dê uma passada por lá
    Sigo-te
    ps.: depois passo para comentar os textos
    abç

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