terça-feira, 2 de agosto de 2011

Contar Histórias

O artista é um sádico.
Pergunta Gabriel García Márquez: Que tipo de mistério é esse, que faz com que o desejo de contar histórias se transforme numa paixão e que um ser humano seja capaz de morrer por essa paixão, morrer de fome, de frio ou do que for desde que seja capaz de fazer uma coisa que, afinal, não serve para nada?
Chega um momento no qual não é mais possível escolher entre essa paixão e outra coisa. Tudo o que você faz faria de novo e de novo, se fosse preciso. É quando a arte do artista passa a ser mais forte que tudo e ele deixa de medir consequências . O resultado deixou de ser o objetivo, a alegria é o fazer, o perder-se nas palavras e nas vírgulas.
É o amor mais puro e divino que conheço, porque é inocente e sem limites.

5 comentários:

  1. Escrever é recomeçar. Um "fim" do interior para um começo no papel. Tirar de si e pô um pedaço no outro.

    Morrer em cada letra e renascer em cada olhar percorrendo as palavras. Sem fronteiras.

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  2. Eu sinto isso. E é um sentir tão forte, que me desintegra enquanto sujeito que sustentava opiniões. No mundo das histórias, de repente, me sinto não tendo nem mesmo autoridade de autor. A gente vai se deixando desenhar pelas letras, os rabiscos vão tomando forma, a vida vai tomando gosto.

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  3. Existiria em qualquer recanto deste universo tão pequeno um fazer melhor do que a arte singela do artista? Se não fora o gigante coração, o fazer sem expectativa de aplauso, as sensações e os rios do interior desenhando palavras, e as palavras, como folhas de outono, se espalhando pelo pequeno mundo fora de si, ah... não sei o que seria de nós. Não sei.

    Lindo blog. Seu escrever me comove... me encanta... me vigora.

    Beijo.

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  4. E tem coisa melhor do que o prazer da estrada, tão ou mais intenso do que o do chegar?

    Lindo isso, gostei muito!

    Um beijo.

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  5. Não sei se acredito nas inocências, mas acredito que sempre haverá muito além dos limites.

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