sábado, 13 de novembro de 2010

Solidão



Mas eu quero a solidão que de tão só e tão funda, aproxima e torna as pessoas próximas de mim.

Solidão é poder sentir minha mortalidade! Só me dou conta que sou mortal, igual em minha singularidade se estou só, desprendido de tudo, livre dos medos, dos monstros e daquilo que me prende. Preciso ser sozinho ao lado de meus amores, minhas coisas, preciso me sentir abandonado não apenas um dia ou outro, mas preciso estar sozinho, sem olhares, sem cuidados, despojado de tudo, ferido, maltrapilho, sujo, e só assim serei sensível, inocente, e mais e mais inocente e mais e mais sozinho e mais e mais completo, e mais e mais... humano!

O humano de mim reside no esquecimento de mim mesmo.

6 comentários:

  1. O silêncio e a solidão se fazem necessários, muitas vezes é o que temos de mais real.

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  2. Solidão...ha, a solidão...
    sempre nos despertando as mais soborosas reflexões.

    Tenho uma poesia que também se chama solidão, adoro-a por ter um desenrolar ao mesmo tempo suave e duro. Mas esse seu texto poético, meu amigo, ficou sensacional, na forma mais genial da expressão lírica!

    Show!

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  3. Não ter medo da solidão é a chave para se entender, se conhecer e conviver consigo. Obrigado meninos!

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  4. Dan

    Invejo-lhe a amizade com a solidão. Eu não conseguiria viver ao lado dela...

    Quanto ao texto em si, tem uma construção perfeita e envolvente.

    Abraço meu!

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  5. sugiro um livro que muito aprecio: "crescer, os três movimentos" (Henri Nouwen). é sóbrio, equilibrado e existencial.

    abraço

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  6. Sente-se a emoção das suas palavras. Solidão é isso!

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