quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

Chegou mensagem

De um lado a pessoa abre a tela, clica no seu retrato e escreve uma mensagem. Está com saudade, precisa de ajuda ou, quem sabe, pensa em se matar e a última pessoa de que se lembra é você. Informa da vida ou da morte, pede orientação para trocar a resistência do chuveiro ou apenas manifesta amor por você. Tecla enter e aguarda. Aguarda, aguarda e aguarda.


E o que você faz? Visualiza e não responde.

Jamais compreenderei mensagens sem resposta. Um emoji que seja para acalmar a ansiedade daquele que a enviou, porque afinal, a carta e o telegrama foram extintos justamente para que você responda rápido, dê um sinal de vida (ou de morte), uma risada, um certinho, qualquer coisa, mas por favor, responda.

As desculpas são muitas: faltou sinal, acabou a bateria, visualizou, deixou para responder depois e esqueceu. Gente, como esquecer de alguém? Precisa pensar, avise. Tem que consultar alfarrábios, informa. O cachorro está morrendo, manda um vídeo, mas não deixa o pobre ser do outro lado, que nem trouxa à espera.

Pensa: além de ansiosa a pessoa pode ser carente, talvez esteja magoada ou pior, pensa mesmo em se matar, abandonar essa maravilha de mundo e se libertar! E você ficará sabendo do ocorrido no mínimo na semana que vem. Desalmado! Egoísta! Amigo entre aspas e de meia tigela!

No caso de empresas, nem precisaria explicar, né? Respostas imediatas, assinatura para identificar quem enviou a mensagem e para o cliente saber com quem está interagindo, texto claro e objetivo e, de preferência, soluções além do que o cliente espera. Sei que é utópico, salvo raríssimas exceções, mas levo em conta que todas as pessoas são clientes em potencial e, como tais, merecem minimamente o respeito de ter a sua solicitação respondida prontamente.

A comunicação virtual é muito útil em diversos aspectos, contudo parece que ainda não compreendemos bem como ela se dá nem percebemos que educação vale para virtual ou não. A separação que antigamente acreditávamos existir entre virtual e real deixou de existir, hoje o virtual afeta mais a vida real do que o contrário, o que não é ruim nem bom, apenas é como é, nós mudamos a forma de conviver. Mudamos e, no entanto, não acompanhamos.

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