domingo, 11 de dezembro de 2016

Mi Tango querido

Carlos Gardel fez com o Tango argentino o que Carmen Miranda fez com o Samba brasileiro, o mostrou ao mundo através das câmeras do cinema. Ambos nascidos no exterior, ela em Portugal, ele em França, foram fundamentais na divulgação dos ritmos dos países que adotaram, inclusive à mesma época. O primeiro filme de Carmen é de 1932 e Gardel, por sua vez, em 1930 filma em Buenos Aires o primeiro filme falado da América do Sul, Encuadres de Canciones.


Por tamanha contribuição, à data do nascimento de Gardel se comemora o Dia Internacional do Tango. É também o nascimento de Julio de Caro, violinista, compositor e maestro, o qual, inclusive, toca com sua orquestra no Encuadre de Canciones, às vezes chamado de Encuadres Musicales. Nasceram os dois em 11 de dezembro, Gardel em 1890 e Caro em 1899. Por isso hoje é o Dia do Tango, muchachos.

Não sei bem porquê o Tango sempre me fascinou, tanto que iniciados os anos dois mil, sem que o mundo tivesse acabado ou o bug do milênio houvesse parado as máquinas, me matriculei em um curso de Tango, Salsa y Merengue. A professora argentina descendente de alemães, Marilú Fischer, em turnê nacional passaria por Saint Cross.

Terrível, nos bastidores eu cantava Marylou, a música gravada pelo Ultraje a Rigor: eu tinha uma galinha que se chamava Marylou. Coitada da professora, tão simpática e atenciosa, aliás, escrevendo este texto fui pesquisar e a encontrei na internet. Ah, que saudade daquele curso! Tenho até um dvd gravado a partir de uma fita cassete em que aparecemos dançando, ai como a gente melhora, não é?

No final desse curso houve um show de formatura, onde pratiquei a máxima: o show sempre tem que continuar. Enquanto meu avô morria no hospital eu subia ao palco para a apresentação, e há ainda energúmenos a dizer que a vida de artista é fácil!

Mais tarde cheguei a dar aulas de Tango, sim, salvem a professorinha. Dei aulas até dois mil e treze e o Tango era delicioso pela trilha sonora e porque ficava mais evidente a evolução dos casais. Era divertido ver os pares em que a mulher mandava em casa, na relação, em tudo, e, nas aulas era o homem quem deveria conduzir.

Neste momento, movido pela curiosidade de sempre e por esta conversa, comecei a jornada de assistir aos filmes do Gardel e da Carmen Miranda, talvez eu escreva aqui sobre a experiência. Aproveito para indicar aos outros curiosos o livro Carlos Gardel, Lunfardo e Tango, do Jose Lino Grunewald, um material riquíssimo de informações e letras de canções.

Por fim, aviso aos tangueros que no meu curso de criatividade OFF BOX – Vida Criativa, entre a teoria e a prática dançamos uns pasitos. O que vou fazer agora, inclusive, que a homenagem está feita e a música começou a tocar: Por uma cabeza...

Pixabay - domínio público

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