quarta-feira, 30 de novembro de 2016

A Consciência está nua

aquele pesadelo desperto
os cabelos louros
as pernas abertas
— o gás é um convite.

o vento chia
ameaça o concreto
o tempo insiste
— deixa, não deixa, pode, não pode, deseja.

aquele suor na xícara
eu sou meu único mundo
Lua tudo, todo Sol
— Hilda Hilst que me valha!

Sade, Anaïs Nin
Caio em tudo todos
o bafo do Diabo de vocês
— caia, desça, morda-se, eleve-se, ascenda!

aquele sonho desperto
os cabelos louros
as pernas abertas
— a janela convida.

o vento chia
e ameaça cantar
o tempo insiste
— deixa, não deixa, pode, não pode, ainda deseja.

aquela xícara que treme
é minha consciência nua
que desfila entre os nós
— eu mesmo que me valha!

de tudo, no princípio
no fim e no meio
sobra só a coragem
— olha, a consciência está nua!


Set. 2016
Para o Santa Poesia! 1ª edição

Nenhum comentário:

Postar um comentário