aquele pesadelo desperto
os cabelos louros
as pernas abertas
— o gás é um convite.
o vento chia
ameaça o concreto
o tempo insiste
— deixa, não deixa, pode, não pode, deseja.
aquele suor na xícara
eu sou meu único mundo
Lua tudo, todo Sol
— Hilda Hilst que me valha!
Sade, Anaïs Nin
Caio em tudo todos
o bafo do Diabo de vocês
— caia, desça, morda-se, eleve-se, ascenda!
aquele sonho desperto
os cabelos louros
as pernas abertas
— a janela convida.
o vento chia
e ameaça cantar
o tempo insiste
— deixa, não deixa, pode, não pode, ainda deseja.
aquela xícara que treme
é minha consciência nua
que desfila entre os nós
— eu mesmo que me valha!
de tudo, no princípio
no fim e no meio
sobra só a coragem
— olha, a consciência está nua!
Set. 2016
Para o Santa Poesia! 1ª edição
Nenhum comentário:
Postar um comentário