segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

O que significa fazer a diferença na vida de alguém?

Este texto é parte do livro Viver e ajudar a Viver (2014). Compre aqui.


A pessoa muda e você muda também. Não é um caminho que se percorre sozinho, nem um oceano que se atravessa comprando um bilhete de navio. Também não acontece em uma velocidade predeterminada ou com uma simples decisão. Fazer a diferença exige ação, interna e externa, de pensamento, de alma e de corpo. Não é uma atitude egoísta, como “eu ajudo você e você me ajuda”, nem algo que se possa programar como um depósito bancário. Exige igualmente de ambos os envolvidos uma abertura de consciência e uma disposição que muitas vezes pode chegar a requerer que se lance mão de disciplina a fim de prosseguir.

E valem todos os esforços, todas as conversas, todas as catarses, porque acaba por adquirir um tom de missão, uma aura coletiva se instaura ligando os envolvidos e maximizando o entendimento e a visão de tudo o que acontece em volta.

Você já fez a diferença na vida de alguém? Alguém já fez a diferença na sua vida?

Eu não falo de dinheiro ou oportunidades, eu falo de lições, de evoluções, de aprimoramento dos pensamentos e das ações de ambos. Eu falo de mudança no mais profundo que isso possa atingir, de dentro para fora ou vice-versa, de uma, duas ou mais pessoas. Eu falo de construção, uma edificação subjetiva das almas que permite a fluidez de sentimentos novos e ações diferentes daquelas que se executava até então, porque, desde o início e principalmente, são movidas por uma compreensão totalmente diferenciada daquela com a qual nos envolvemos quando agimos com o automático acionado, sem refletir e considerar o ineditismo de cada momento, de cada ser, de cada interação que se dá, seja física ou espiritualmente.

Caso eu pudesse e devesse dar um conselho, eu diria: comece fazendo a diferença na sua própria vida, você é o condutor e possui a autonomia de decidir para onde vai, se vai seguir se repetindo eternamente ou se irá se permitir ser surpreendido por novas paisagens. Ouça alguém. Não aconselhe, pergunte. As perguntas provocam, remexem, nos desafiam a rever pontos de vista, certezas, verdades ou, ao menos, internamente nos sentimos tocados por elas. As perguntas respondem a verdade sobre cada um de nós, esteja a verdade onde estiver, escondida no fundo do porão ou piscando em uma fachada de prédio.

Todos os dias, creia você ou não, todos nós temos a oportunidade de fazer algo pela coletividade, embora essa palavra não faça mais sentido, mas que seja fazer algo marcante que nos destaque no nosso próprio espírito, porque holofotes, meus caros, não trazem e nunca trarão paz e felicidade. A oportunidade é, portanto, de pensar e agir diferente de ontem, de se questionar, de não se engessar em lugares, coisas, pessoas e pensamentos.

Mas e como fazer isso no meio dessa pressa cotidiana e desse pulsar tecnológico que nos oprime aqui ou ali ou aqui e ali, toda hora? Comecemos, agora, justamente por rever a relação que estabelecemos com a vida como ela se apresenta neste momento para cada um, porque queiramos ou não, somos e temos hoje aquilo que construímos no passado.

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