Dia Nacional da Poesia - 31 de outubro
Não há a menor possibilidade de fazer uma série de postagens sobre poetas brasileiros, sem uma especial para Mario Quintana (1906-1994). Gaúcho de Alegrete, Mario também trabalhou como jornalista e tradutor. Amante da cidade de Porto Alegre, morou em vários hotéis. O último em que fixou residência, foi o Majestic, onde hoje fica a Casa de Cultura Mario Quintana.
Não há nada na obra de Quintana que seja desnecessário, todos os poemas são essenciais, mas por questão de espaço, seguem apenas dois.
"Amigos não consultem os relógios quando um dia me for de vossas vidas... Porque o tempo é uma invenção da morte: não o conhece a vida - a verdadeira - em que basta um momento de poesia para nos dar a eternidade inteira".
Emergência
Quem faz um poema abre uma janela.
Respira, tu que estás numa cela
abafada,
esse ar que entra por ela.
Por isso é que os poemas têm ritmo —
para que possas profundamente respirar.
Quem faz um poema salva um afogado.
Relógio
O mais feroz dos animais domésticos
é o relógio de parede:
conheço um que já devorou
três gerações da minha família.
Foto de Dulce Helfer |
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