Todos os dias a vida nos
cobra alguma coisa. É isso que diz um livro que encontrei na estante da casa
abandonada. Todos os dias nós nos impomos comportamentos e ações que, no fundo,
não fazem sentido no contexto e menos ainda estão em acordo com aquilo que
verdadeiramente sentimos. Mas há, de nossa parte, cobranças e exigências
baseadas em achismos. A gente acha que estão nos cobrando e que esperam algo de
nós enquanto todos os outros acham que nós lhes cobramos algo e esperamos isso
ou aquilo deles. Em resumo, somos um grupo de achadores, vivendo suspensos na
neblina que nossos olhares perdidos deixam escapar.
Toda a cobrança que pensamos
vir dos outros é autoimposta. São nossas crenças, o medo e a culpa que limitam
o quadro dentro do qual vamos viver. Até a segurança é uma falsidade autoimposta.
Cremos e fazemos crer que nossa vida é segura vivendo prisioneiros dentro de
quadros que basta que sejam pressionados para nos esmagarem.
Eu disse no Viver e ajudar a Viver: o desejo
de mostrar aos outros a sua capacidade deve ser menor do que a motivação em
realizar o seu sonho. Tudo o que queremos provar aos outros é mentira em nós. Longe
de desconsiderar as relações, mas é preciso dedicar-se ao caminho pessoal,
deixando em segundo plano a necessidade de aprovação e aceitação, embora sejam,
ambas, cruciais para a convivência em grupo. Resta, portanto, definir um
conceito individual de convivência em grupo. Até onde eu vou e até onde permito
que cada um vá comigo ou em mim.
A culpa vem da expectativa que colocamos sobre nós mesmos. Podíamos todos dias acordar e viver. Aquilo que lembramos e queremos. O dever tem que ser segundo plano do viver.
ResponderExcluirExato, meu poeta.
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