Sombras
dançam sobre as pequenas mesas do salão abarrotadas de bules e doces.
Tem
uma fumaça no ar dos sons que pulam de entre os dentes à mostra.
Sonham
meninas e meninos, os de aventais assim como os de
abotoaduras.
Cai
um tango do andar de cima, nota e outra nota descendo a escada
de madeira.
Dançam
pés com sapatos de brilho e pés com sapatos bicolores, todos gastos.
Sobe
do chão uma poeira que se vê na réstia do Sol que fura a janela
e
vai cair, desrespeitoso, sobre a morta no caixão na casa vizinha, toda
em silêncio.
Um retrato do que não se vê, nem percebe, apenas depois de acontecer.
ResponderExcluirNão se sabe se é bom ou ruim ...
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