As cebolas caíram na gordura quente no início da tarde, e chiaram.
Depois murcharam e ficaram quietas, perdidas na carne moída.
Esfriaram na panela até que alguém as levasse para o prato.
Seu cheiro rescendeu pela casa nas horas seguintes, poderosas que são.
Quando a noite passou pelo vidro da janela sobre o fogão, as cebolas restantes já estavam geladas.
Ela, a noite lhe caiu sobre o peito inerte, jaz no meio da cozinha.
Assim como as cebolas, a vida tem ser "comida" enquanto tem sabor.
ResponderExcluirMuito bom texto.
Obrigado, Bia.
ExcluirEsperando quem venha chorar.
ResponderExcluirdetalhes da vida que dão vida à vida.
ResponderExcluirmuito bom, parabéns!