sábado, 17 de abril de 2010


Namorada
*Ruy Mendes


Para ser namorada é preciso ser livre,

cúmplice,

tarada por ele, como ele por você.

Precisa sentir saudade do futuro, do

vir á ser.



Ter trejeitos pequenos e imensos

que embebam meu coração

em

poemas, tesão e lágrimas de alegria.



São raras as pretendentes e

poucas foram as gurias.

O perfil é mais ou menos o mesmo:



Princesa,

patrícia, elegante, com cérebro,

voz calma e feminina, enfim,

mulher com

jeito de menina,



que combina e vai e faz, que peça.



Que goste

de amor com sexo e vice-versa.



Que tenha a vaidade simples e

soluções

imediatas,

inatas de amor.



Que surpreenda sem tanto ego.

Que não

me prefira cego,

surdo e mudo para seus segredos.



Que dê presentes e

receba os

seus com carinho sincero,

que faça as coisas com esmero,

singularidade feminina e devoção.



Não minta e lide bem com as

mentiras

sinceras do mundo. Que alimente no peito, a dor e

os defeitos,

na doce e vã esperança

de mudança do cão,



que se arrasta atrás dos rabos



de cadelas e gatinhas,

inevitavelmente galinhas,

que competem sem

saber.



Ai das filhas que um dia teria.

Ai das mães.

Ai das

monjas e namoradas

que guardam ciladas para a solidão.



Nesse mistério de

atenção esperança

e troca. Lágrimas, orgasmos, yoga.



Ginásticas

da alma,

provações da calma,

que vibra e suspira

entre dois corações.

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