sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Deixa-se Paris

Este poema integra Carménère (2015). Compre aqui.


Anda-se sobre Paris.
Somos, todos nós, um só
E o que queremos de Paris
queremos apenas de nós.

Reduz-se a sonho
Só aquilo que não se acredita.
O que se sabe
A gente vive.

Volita-se em volta dos lampiões da rua.
É Paris e andamos em Paris
a seguir os círculos.
É da cidade o caminho!

Bebe-se o desejo
Quando não se deseja mais.
Arrepia-se a pele
àquela neve caída.

Parte-se sangrando de Paris
Deixa-se o desejo e a vida.
A porta se fecha, a gente se vira
E sangra, sangra o Carménère que jaz à Praça Tertre.

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