terça-feira, 28 de dezembro de 2010

A vida nos alimenta, a solidão apodrece



Eu lido bem com a solidão, diz um. E eu então, eu gosto da solidão, afirma outra.
Habituamo-nos a viver sozinhos, isolados diante de nossas telas de tevê, celular, computador. Como bem diz a Lídia Martins “a solidão acabará nos apodrecendo”. Isolados, vamos nos desintegrando, desfragmentando pouco a pouco, diariamente perdendo um pedaço ou dois.
Um dia, quando deixarmos a cadeira ou a poltrona e nos olharmos no espelho, veremos que não vivemos nada, que o tempo passado no isolamento nos alienou a ponto de nem mesmo lembrarmos daquilo que fizemos.
E se olharmos mais fundo haverá um vazio tremendo em nossos olhos, é a falta de um sorriso, do amor, a falta das trocas. Estaremos, então, vazios e podres, o que nos impede de fazer diferente. A vida nos alimenta, a solidão apodrece.
A vida precisa de mesa de bar, teatro, música, natureza, felicidade, riso, amor. A solidão não precisa de nada.

3 comentários:

  1. A noção da solidão só existe depois da presença.

    Há gente que olha para isso e enxerga como vida. É preciso derrubar os muros.

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  2. Caro Dan. Na vida não há outra coisa que não a solidão. O próprio amor representa o maior de todos os muros.

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  3. Como diria Neruda, não há solidão inexpugnável.

    Abraços, Dan.

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